Ministro das Finanças permite um corte salarial de mais de 3% aos funcionários públicos alegando prudência e centralidade da dívida pública, mas estes argumentos já os ouvimos antes da direita. Apesar das regras orçamentais não estarem em vigor, o governo não larga a obsessão com o défice, mesmo que isso sacrifique o crescimento económico. Insistem em não aumentar a despesa estrutural, mesmo com a falta gritante de profissionais de saúde e professores. Pena é que quando de facto é preciso prudência, o governo seja tão “mãos largas”: - o regime dos benefícios fiscais a não residentes custou ao Estado em 2020 900 milhões de euros, que corresponderia a oito vezes os investimentos em hospitais previstos para 2022 e cerca de cinco vezes o aumento líquido de todos os trabalhadores do Estado; - o imposto selo que a EDP devia ter pago e custou ao Estado 110 milhões de euros, que é praticamente equivalente ao custo dos escalões do IRS; - apesar da especulação que agravou a inflação, os lucros abusivos das grandes empresas de energia e distribuição continuam sem ser taxados; - mais 138 milhões para o Novo Banco, através de impostos diferidos. Partilhar